Casa em condomínio fechado tornou-se um espaço auto-suficiente energeticamente
Conheça as decisões que tornaram essa casa inteligente
jessica.martins
Jéssica é formada em Arquitetura e urbanismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Fez especialização em tecnologia e sustentabilidade na Universidade de Toronto e Pós graduação financeira no Insper. Aliando, assim: técnica, análises financeiras e poética.
Briefing
Um novo empreendimento inicia
Os investidores dessa casa de 250m², em Avaré, interior de São Paulo, já conheciam a Buriti desde a sua fundação, era já uma relação de longa data. Em um dia começou a conversa sobre construções, depois de alguns meses começamos a ver terrenos juntos e a idealizar como seria essa entrada nesse mercado de incorporação residencial. Primeiro em pequena escala: uma casa. Foram estudados diversos espaços em conjunto e algumas horas de estrada e de reuniões para entender o loteamento, o público alvo dessa casa e meios de pagamento de obra, compra e estudo de viabilidade antes mesmo da aquisição do terreno.
As primeiras conversas
Os sócios são compostos por áreas diferentes e países diferentes também, com fuso horários que no final facilitam a comunicação pela rotina de ambos. A primeira ideia para a casa foi entender se seria vendida como casa de veraneio ou familiar, optando então para a segunda e definindo o público alvo, como seria a família que ali moraria: filhos, rotinas, e desejos que podemos crer e responder esses anseios através da arquitetura. Depois veio o estudo financeiro da casa, para entender quantos metros quadrados poderia ser construído, visando o custo da construção e o ROI (a sigla vem de return on investment que significa retorno sobre o investimento) esperado. Com os dois aspectos definidos, pudemos partir para o desenho da casa e a solução adotada.
Projeto
Escolha do terreno
O terreno adquirido tem 450 m², e está dentro de um condômino com uma imensa área verde e de lazer. Ele possui duas áreas e a escolhida foi a mais residencial/familiar, com curvas acentuadas e uma cota elevada para trazer a vista e privacidade para dentro da casa. A localização do sol, foi também uma prioridade para saber como o sol implicaria nesse projeto. Assim a proposta é de integração do lote com o loteamento, dando privacidade aos moradores mas não excluindo-o da vizinhança, proporcionando novo estilo de vida alinhado com a sustentabilidade e a relação com os moradores daquela área.
Projetando soluções modulares
Assim que a parte de diretrizes foi finalizada, começamos as curvas de nível do terreno e e um estudo de massa com os metros quadrados determinados, e uma modulação propicia para estrutura, deixando a construção racional e eficiente, com menos recorte de terra e impacto ambiental, reduzindo o custo de implantação. Depois foi iniciado o layout da casa entender os fluxos e quais eram as necessidades dessa família proposta, criação de áreas verdes, lazer, convívio e intimistas. O que abrigaríamos a mais do condomínio para que aqueles moradores se sentissem suas expectativas atendidas e de fácil compreensão. Também, entendemos onde seriam necessárias as aberturas e janelas para a ventilação natural e cruzada e iluminação abundante. Por fim, definição de materiais e a relação deles com o interior da casa.
Obra
Desafios de obra
Com as decisões de projeto feitas, foi a hora de definir o cronograma fisico-financeiro da obra – em outras palavras, as datas que as atividades serão executadas e quando serão pagas – e também a viabilidade técnica das soluções, por exemplo o balanço (esse vão na entrada da casa) e o custo dele, acabou aparecendo alguns pilares nesse momento. Também foi um desafio pensar em como levar a nossa mão de obra daqui para uma cidade de 300km de distância e como funcionaria o fluxo de entregas, o que gerou uma expertise que podemos aplicar em demais obras fora de São Paulo e começamos a expandir o escritório.
Dia a dia da construção
A obra está no começo! Assim que tivermos mais informações iremos atualizar vocês, por hora, postamos o dia a dia no Instagram @buriti.arq
Detalhes
Ser sustentável como princípio
A casa é sustentável e para isso foram criados sistemas inteligentes. Um sistema hidráulico de captação de chuva no telhado onde a água é armazenada em cisternas e volta para a casa em banheiros e torneiras, utilizando a água entregue pelo abastecimento para usos mais nobres. Também utilizando as águas cinzas, que são as águas dos chuveiros, piscina e máquinas de lavar para irrigar o quintal, reduzindo muito o custo de água. Já na parte de energia, serão instaladas placas solares integradas a energia elétrica da casa, também visando o menor impacto e menor custo para os moradores que ali estarão.
Saúde como prioridade
Em obra conseguimos utilizar bem os recursos naturais, para não serem desperdiçados durante o uso, foram estudados torneiras, chuveiros, lâmpadas, com maior eficiência, além da estética. A parte inteligente da casa também vem de parâmetros estabelecidos por médicos de Chicago para trazer saúde dentro das casas e com objetivo de reduzir práticas nocivas e empregar materiais de baixa emissão e controle de poluentes no interior, desde a obra. Além de focar no bem-estar e a saúde física e mental dos moradores. Sistematicamente, foram pensadas as relações entre saúde e os resultados ambientais, desde o conceito da casa. Deixando-a uma casa: tecnologica, sustentável e integrada.